O acidente ferroviário de Alcafache, Viseu, que há 25 anos vitimou entre 40 a 200 pessoas quando dois comboios colidiram frontalmente, seria "praticamente impossível" de se repetir hoje, segundo o diretor de gestão de operações da REFER, José Tomé, já que "as condições humanas que o originaram foram completamente removidas".
"O acidente resultou de um conjunto de falhas humanas, que conduziram a uma situação pouco frequente: os dois comboios ficaram em frente um ao outro e não foi possível evitar a colisão entre eles", contou o diretor de gestão de operações da REFER, José Tomé.
"Um dos comboios estava atrasado, por isso teve de se alterar o local de cruzamento (a Linha da Beira Alta tem apenas um sentido), os dois comboios foram expeditos para a mesma linha, ao mesmo tempo, em sentidos diferentes e um dos chefes da estação fez avançar o comboio como se o cruzamento fosse feito no local inicial".
Hoje um acidente provocado por este motivo seria "praticamente impossível" de se repetir, sublinhou o responsável da REFER, já que "a intervenção humana nas tarefas de segurança foi substituída por funções automáticas desempenhadas por máquinas"
Incêndio agravou situação:
O elevado número de vítimas no acidente de Alcafache deveu-se também ao facto de as carruagens se terem incendiado a seguir ao embate.
"Algumas carruagens começaram a arder e a propagação do fogo foi muito rápida e provocou muito fumo. Logo imediatamente a seguir ao incêndio, a CP fez uma norma obrigatória que obriga a que todos os materiais usados nos comboios não propaguem a chama"
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